Arte e Amor - p06

 Nesses meses que estava morando na Coreia do Sul, passei por muitas coisas, e a amizade do Yoongi, apesar de ser algo inusitado e sem combinação alguma, havia sido uma das melhores coisas que me aconteceu. Eu tinha o Guilherme, nos conhecemos há anos, mas infelizmente, nunca consegui chegar num nível de amizade com ele, onde ele me compreendia com apenas um olhar, oi como eu pensava. Agora o coreano ao meu lado, parecia entender isso tudo.

— Superaremos isso juntos. E você vai se tornar a artista do ano, com direito a estar na capa da TIME. — Ele comentou risonho e eu ri.

— Obrigada por sempre me motivar Yoon. — Agradeço de coração olhando para ele, e o mesmo olha rapidamente e sorri.

Chegamos ao condomínio onde ele morava, e era um lugar enorme e que mostrava o quanto era caro e privado. Nunca poderia pagar pelo aluguel daquele lugar. Acredito que até tirar uma foto do lugar, eu pagaria uma fortuna.

— É caro sim, mas pelo menos tenho privacidade. — Yoon parecia ter lido minha mente e eu arregalo os olhos e ele ri. — Seus olhos dizem o que pensa muitas vezes. — Ele comenta e fico confusa. — Agora está confusa.

— Ok, chega de ficar lendo meus olhos. — E ele riu. Antes de descermos do carro, colocamos nossas máscaras e bonés. Coloquei meu casaco grande e fechei ele todo, para ninguém perceber que era uma mulher, meu cabelo estava até por dentro do casaco. Mesmo sendo à noite, preferimos evitar problemas para ele e o grupo.

— A próxima, vem com um lençol. — Ele brinca e dou um soco de leve no seu ombro, e ele geme.

— Puta merda, Yoongi, desculpa, desculpa. — E coloquei a mão no seu ombro, fiz carinho.

— Fica batendo em pessoas recém operadas, deveria ser presa. — Ele comenta e revirei os olhos. E começamos a caminha para o elevador, onde já estava lá, entramos e Yoon colocou o número do andar.

— Não é tão recente sua operação lindinho. Já tem 8 meses já. — O relembro e ele confirma.

— Pois é, nem parece que foi por causa dele que nos conhecemos naquele dia. — Ele comenta rindo.

— E não esquece do dia da boate. — Ele confirmou com um aceno. — Ainda queria saber como não reconheci sua voz naquele dia. — Reflito sobre esse dia.

— Porque seu coreano era péssimo e você falava errado. — Olhei para ele indignada.

— Esquece o que eu disse sobre admirar você. Te odeio. — Ele começou a gargalhar.

— Estou brincando. — Ele fala e o olho de cima à baixo.

— Não quero nem imaginar quando estiver brigando comigo. — E ele riu e a porta do elevador abriu, saímos e tinha apenas um andar naquele local. Ele digitou a senha no painel que tinha do lado da porta e entramos.

— Fique à vontade. — Ele comentou, ficamos na entrada, que eu conhecia como genkan devido aos japoneses, e tiramos nossos tênis e ele me deu uma pantufa preta.

— Sua casa é linda. Estou surpresa de que seja limpa. — Brinco e ele para no caminho e vira para mim.

— Achou que minha casa era como? — Perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

— Que teria uma pichação na parede branca, para mostrar seu amor pelo rap de rua, roupa jogada no sofá, talvez até uma cueca e essas coisas. — Ele riu e veio até mim, pegou minha mão.

— Vamos vou te mostrar o resto da minha casa. — E ele foi me puxando pelos cômodos me mostrando tudo, até seu quarto. E eu fiquei super envergonhada nessa parte, era um lugar muito íntimo, mas o Yoon não pareceu ligar muito. Por fim, estávamos onde ele queria me mostrar desde o ínicio , o estúdio de criação dele.

Ele apontou para um sofá que tinha no local, e eu fui até ele, tirei meu casaco enorme, o boné e a máscara, colocando no canto. Ele foi até o computador ligando tudo.

— Gostou? Esse é meu segundo estúdio, o outro fica na empresa. — Ele comentou todo sorridente.

— Gostei, sim, é bonito e muito tranquilo. É como… não sei, se estivesse em casa, confortável. — Comento e ele sorri mais ainda.

— Sinto o mesmo sempre que entro aqui. Até porque preciso me sentir bem no local em que trabalharei.

— Concordo. E acredito que você se sinta bem a vontade, já que as músicas são ótimas.

— Você ouviu minhas músicas? — Ele virou para mim surpreso e eu ri

— Ouvi. Você falou que a música de vocês rodava o mundo, e eu precisava conhecer o que você fazia. — Dei de ombros e ele parecia feliz com o que fiz.

— E gostou? Ele parecia receoso com essa parte.

— Amei. A letra de vocês é bem… marcante e trazem uma mensagem legal. E seus álbuns solos também. Está de parabéns, Min Yoongi, ou devo chamar de Suga, ou Agust D? — Perguntei brincando e ele riu.

— Fica a seu critério, mas, no fundo, gosto do Yoon. Você fala de um jeito fanho e gosto.

— Fanho? Tá me chamando de nariz entupido? — E ele arregalou os olhos e negou rapidamente.

— Não, não é isso é que acho fofo e só você me chama assim, então eu prefiro. — Ele fala rapidamente e dou risada.

— Estava brincando, mas bom saber que você me acha fanha. — E ele respira fundo e senta na cadeira dele.

— Fanha, mas é fofa. — E senti minhas orelhas queimarem de vergonha, já que ele me olhava intensamente.

— Ok, qual é a música? — E ele virou para o computador e começou a mexer em algumas coisas.

Aproveitei que ele estava distraído e comecei a olhar ao redor, cada detalhe do local, tinha muito a essência da personalidade do Yoongi. Tons calmos e marcantes, o cheiro do local era do seu perfume, parecia que ele tinha jogado perfume pelo local todo. Uma prateleira, tinha algumas garrafas, que me aproximei para ver, e era de bebidas alcoólicas. Ele bebia, mas não parecia ser muito, já que as garrafas cheias ainda, ou ele comprou novas garrafas.

Arte e Amor - parte 6
J.Lis


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