O Ipê Amarelo - p09

  Passou o verão, outono e inverno, chegando então a primavera. Ela não estava em dia com seu caderno, mas tinha um motivo para isso, além de estar com desesperança de encontrar aquela paixão de infância ela agora estava gostando do seu vizinho, que também estava do mesmo jeito em relação à ela. Porém ela ainda não tinha certeza do que faria em relação à tudo isso, pegou seu último caderno (chamado assim pois não queria mais ter amarras fixas à alguém que se foi da vida dela) entrou no seu fusca azul e saiu em direção ao posto, abasteceu e dirigiu em direção à cidade de sua infância.  Parando em frente à casa de sua mãe, ia bater na porta quando a mesma abriu, seus pais iriam fazer uma surpresa, indo visitá-la. Ela pediu desculpas por estragar a surpresa, mas que no final ainda assim ficou surpresa. Então entrou e foi tomar café e conversar sobre a saudade que ela estava deles e do lugar.
  Ainda estava de manhã, então resolveu dar uma volta no parque, o mesmo onde ficava aquele ipê cujo agora existia um banco abaixo dele. Sentando ali, olhou para cima e vendo aquela linda cor se inspirou terminou de escrever aquela longo conto de sua vida. Ao olhar para cima pela última vez antes de sair, uma das flores caiu em seu colo, e sorrindo carinhosamente à colocou sobre o banco e retirou-se de lá.
  No almoço sua mãe resolveu fazer o um prato especial dela, uma receita que ela fazia só em dias especiais, e que todo mundo amava. O sabor, o aroma, a visão do prato, tudo combinava perfeitamente e não era vendido em nenhum restaurante e não se podia copiar sem saber a receita da mãe dela, e não por falta de tentativa pois ela amava aquele prato. Porém sua mãe iria lhe ensinar a receita nessa visita que ela faria à filha, já que a mesma tinha intenção de pedir.
  No começo da tarde, resolveram fazer um piquenique, porém ela saiu primeiro para garantir um lugar, ao sair da casa se depara com uma pessoa saindo da casa onde morava o garoto de sua infância, e percebe ainda que era ninguém menos que seu vizinho. Resolveu se aproximar e perguntar o que ele fazia ali, mas antes dele responder ela continuou dizendo que aquela casa tinha um grande significado para ela, pois ali morava a primeira paixão dela. O rapaz respondeu que aquela casa era dos seus pais, mas que porém tiveram de se mudar pois seu pai tinha conseguido um emprego melhor noutra cidade. Mas das suas lembranças disse ele, que o que mais o entristecia era que nunca conseguiu fazer o pedido de namoro no qual havia planejado, e mesmo desesperançado ainda levava com ele de recordação. Além disso, ele ainda conversando com ela, disse que para àquela menina ele tinha dado a sua flor preferida antes de partir. Antes de tomar seu rumo ao parque ela soltou que sua primeira paquera lhe deu uma flor também, não qual se tornou sua favorita. Embora pareça óbvio, os dois não perceberam que seus passados eram um só, e estava ali presente.
  No caminho para casa, conversava com seus pais e em uma conversa sobre o passado, sua mãe disse o nome daquele menino que entregara a primeira flor. Foi nesse momento que ela percebeu que o seu vizinho era o garoto da sua infância. Seu coração acelerou, e abriu-se um sorriso tão grande que era notável a sensação de felicidade junto de ansiedade que ela sentia. Eles estava juntos o tempo todo e não perceberam quem eles eram.
  Naquela noite ela quase não dormiu, ela queria contar, mas ficava insegura sobre a reação dele. Não sabia se falava naquela hora da noite ou se falava no trabalho quando o visse. Foi uma noite bem longa.

parte 9 - coincidência
Matheus H.


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